Números apontam que clubes do Nordeste têm massa, mas não tem poder de compra
Torcida do São Paulo é maioria entre torcedores com renda superior a 10 salários mínimos (Foto: Tom Dib)
LANCEPRESS!
Nos tempos do futebol-negócio, saber o tamanho de uma torcida não é só o que conta para fazer o planejamento financeiro de um clube. É preciso conhecer a capacidade de compra desses torcedores. Afinal, os clubes precisam não apenas de torcedores, mas de consumidores. São eles que, de fato, irão permitir que o clube tenha mais ou menos dinheiro para investir.
E, se olhando os estádios de futebol, tem-se a impressão de que as torcidas são mais ou menos parecidas, um estudo mais profundo mostra que há grandes diferenças.
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Segundo a 4ª Pesquisa LANCE!-Ibope, o Sport, dono da 11ª torcida do país, tem menos de 0,1% da preferência entre os torcedores mais ricos, aqueles com renda familiar acima de dez salários-mínimos (R$ 5.100,00). Em contrapartida é o sexto entre os mais pobres (menos de R$ 510,00). Em situação similar estão Bahia e Fortaleza.
Na outra ponta, está a torcida são-paulina. No primeiro lugar entre os que possuem renda acima de dez salários mínimos, o Tricolor fica à frente de Flamengo e Corinthians, que, no total, possuem mais torcedores. Entretanto, mesmo com o bom número entre os mais favorecidos, o São Paulo permanece em 3º na camada mais pobre.
Outros times, como Cruzeiro, Santos, Atlético-MG, Botafogo e Fluminense também se destacam por terem a torcida concentrada entre os mais ricos. Desses, o Fluminense é o mais elitizado – o que não chega a ser surpresa. Os 1,6% de penetração na população total transformam-se em mais de 3,9%.
Mas, para alguns especialistas em marketing esportivo, não é fácil transformar o perfil em dinheiro.
– O patrocinador está muito mais interessado em saber o tamanho da torcida do que o seu perfil sócio-econômico – afirmou José Carlos Brunoro, um dos profissionais mais experientes do Brasil.
A 4ª Pesquisa LANCE!-Ibope de torcidas ouviu 7.109 pessoas em todo o Brasil, a partir de 10 anos de idade, em 141 municípios de todos os tipos e tamanhos. A margem de erro é de 1,2 ponto percentual, para mais ou para menos. Isso significa que resultados separados por pelo menos 2,4 pontos estão em situação de empate técnico.
ENTRE OS MAIS POBRES(Renda mensal de até 1 salário mínimo) | ENTRE OS MAIS RICOS (Renda mensal igual ou superior a 10 salários mínimos) |
1º) Flamengo - 22% 2º) Corinthians - 10,6% 3º) São Paulo - 6,8% 4º) Palmeiras - 5,4% 5º) Vasco - 3,5% 6º) Sport - 3,4% 7º) Grêmio - 2,6% 8º) Bahia - 2,4% 9º) Fortaleza - 2% 10º) Cruzeiro - 1,8% 11º) Fluminense - 1,5% 12º) Santos - 1,3% 13º) Ceará - 1,3% 14º) Vitória - 1,2% 21º) Atlético-MG - 0,8% | 1º) São Paulo - 12,8% 2º) Corinthians - 12,3% 3º) Flamengo - 10,6% 4º) Palmeiras - 6,7% 5º) Cruzeiro - 6,1% 6º) Santos - 5% 7º) Atlético-MG - 5% 8º) Fluminense - 3,9% 9º) Grêmio - 3,4% 10º) Botafogo - 2,8% 11º) Vasco - 2,2% 12º) Internacional - 2,2% 13º) Sport - 0,1% 14º) Bahia - 0,1% 15º) Vitória - 0,1% |
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